Está na cara! Nunca se falou tanto em atividade física como atualmente, você já parou para pensar por que?
As crianças estão cada vez mais sedentárias e frequentemente ouvimos (e temos mais certeza de…) que a prática de atividade física resulta na melhora do desenvolvimento motor do ser humano.
Este é um processo que se desenvolve desde quando somos bebês e é de suma importância experimentarmos diversas possibilidades de movimento para desenvolvermos nossas capacidades e habilidades motoras.
É fato que o comportamento das pessoas vem se modificando ao longo dos anos e estamos diante de uma grande reclusão urbana. Uma das grandes preocupações das pessoas – em especial das famílias – está relacionada com a segurança.
Os pais possuem medo de soltar o bebê porque ele pode se machucar e na adolescência não é fácil deixar ele brincar na rua ou ir até a casa de um amigo de bicicleta sozinho por vários fatores (trânsito, assaltos, possibilidades e mais possibilidades que ficam martelando na cabeça dos pais) e somado a tudo isso encontramos um grande aliado (facilitador e solucionador de tudo para todos), a tecnologia!
Muitos são os brinquedos tecnológicos onde a criança com certeza desenvolve diversas habilidades cognitivas, mas, até que ponto precisamos “lotar” nossas crianças de estímulos cognitivos, colocando em segundo plano princípios básicos da educação do ser humano que é o movimento e a interação social?
Cuidemos para não estarmos criando uma Geração de Analfabetos Motores!
É preciso refletirmos sobre a importância do equilíbrio nos estímulos. Estimular o raciocínio lógico, a interpretação de informações, a oralidade e também as habilidades motoras básicas e cotidianas como andar, saltar, girar, correr com mudanças de direção.
A falta de desenvolvimento motor na fase inicial da vida – infância, que consequentemente pode se tornar um hábito na vida adulta, pode resultar em problemas de saúde crônicos como a hipertensão, obesidade e diabetes, além de, aumentar as possibilidades de dores decorrentes da falta de fortalecimento muscular (problemas relacionados a postura, por exemplo).
Desta forma, como podemos retomar valores importantes da cultura do movimento na infância para minimizar problemas de saúde futuros naqueles que amamos tanto (nossos filhos, sobrinhos, netos, amigos…)?
Sejamos os adultos educadores, aqueles que com consciência instigam, brincam juntos através de um esforço diário de evitar o uso de tecnologias para envolver e acalmar as crianças.
O que elas precisam mesmo é usar as mãos, os pés, as pernas para desenvolver a coordenação motora sem pressão, jogando, tocando, pulando, fazendo força, empurrando, correndo, felizes!
DOUGLAS TESSARO
CREF 021608-G/PR
Um comentário em “Estamos diante de uma geração de analfabetos motores?”
Parabéns Douglas.
Ótima matéria.
Hoje realmente temos receio de deixar os filhos brincar na rua, coisa que para minha geração era o normal de todo dia.
Brincar, jogar, aula e na volta tudo de novo!